Setor Calçadista: saldo da balança comercial cai 30% até agosto/24
.| Sortimento Indústria Calçadista Brasileira |. Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, entre janeiro e agosto, as exportações de calçados somaram 63,87 milhões de pares e US$ 654,78 milhões, quedas tanto em volume (-22,4%) quanto em receita (-20,4%) em relação ao mesmo período do ano passado. O cenário é diferente nas importações de calçados, que no mesmo período somaram 23,94 milhões de pares e US$ 300,44 milhões, incremento de 12,1% em volume e queda de 5,1% em receita no comparativo com intervalo correspondente do ano passado.
Conforme a Abicalçados, o aumento das importações e a queda das exportações resultaram em queda de 30% no saldo da balança comercial do setor. “Em agosto, tivemos uma queda brusca no volume exportado para a Argentina (-30,8%), que é nosso segundo principal destino no exterior e que vem puxando as exportações brasileiras de calçados para baixo”, comenta o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira. “Estamos vivendo um período de baixo consumo internacional. E este consumo menor vem sendo absorvido pelos produtores asiáticos, em especial da China, que depois das rígidas políticas para contenção da Covid-19 voltou ao mercado de forma bastante agressiva”, explica o dirigente.
Destinos
Principal destino internacional do calçado brasileiro, os Estados Unidos importaram, entre janeiro e agosto, 6,95 milhões de pares verde-amarelos, pelos quais foram pagos US$ 147,62 milhões, quedas tanto em volume (-5,3%) quanto em receita (-8,3%) em relação ao mesmo ínterim de 2023.
No segundo posto apareceu a Argentina, que nos primeiros oito meses de 2023 importou 6,8 milhões de pares brasileiros por US$ 128,7 milhões, quedas tanto em volume (-36,7%) quanto em receita (-23,4%) em relação ao mesmo intervalo do ano passado.
Ultrapassando a França no ranking de destinos apareceu o Paraguai. Entre janeiro e agosto, partiram rumo ao país vizinho 5,47 milhões de pares verde-amarelos, pelos quais foram pagos US$ 28,2 milhões, quedas tanto em volume (-19,2%) quanto em receita (-12,8%) em relação ao intervalo correspondente de 2023.
RS: maior exportador de calçados
Respondendo por mais de 50% de todo o valor gerado com as exportações de calçados no Brasil, o Rio Grande do Sul segue sendo o principal player internacional do setor. Entre janeiro e agosto, partiram das fábricas gaúchas 21,24 milhões de pares por US$ 328,14 milhões, quedas de 13,8% e de 13,3%, respectivamente, ante o mesmo período do ano passado.
Na sequência do Rio Grande do Sul apareceram como principais exportadores brasileiros de calçados os estados do Ceará (19,67 milhões de pares e US$ 134,44 milhões, quedas de 21% e de 27,3%, respectivamente, ante 2023) e São Paulo (3,74 milhões de pares e US$ 57,5 milhões, quedas de 29,9% e de 25,3%).
Ásia puxa aumento das importações de calçados
Entre janeiro e agosto, entraram no Brasil 23,94 milhões de pares por US$ 300,44 milhões, incremento de 12,1% em volume e queda de 5,1% em receita em relação ao mesmo período do ano passado. Respondendo por cerca de 90% dos calçados que entram no Brasil, os países asiáticos seguem puxando as importações para cima.
A China é a principal origem do volume importado. Entre janeiro e agosto, entraram no Brasil 7,75 milhões de pares chineses por US$ 27,32 milhões, quedas de 4,7% e de 24,4%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2023. O preço médio do calçado foi de US$ 3,50 por par.
A segunda origem dos calçados importados em 2024 foi o Vietnã, de onde partiram rumo ao Brasil 7,68 milhões de pares por US$ 141,9 milhões, incremento de 11,2% em volume e queda de 8,2% em receita no comparativo com os oito primeiros meses do ano passado.
Com crescimentos de 21,6% em pares e 3,1% em receita em relação ao ano passado, a Indonésia foi a terceira principal origem do calçado importado. No período, as empresas indonésias enviaram ao Brasil 3,64 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 61,48 milhões.
A Abicalçados está monitorando o crescimento das importações de outros dois países asiáticos: Camboja e Mianmar. Conforme a entidade, entre janeiro e agosto, Camboja foi a origem de 655 mil pares de calçados, pelos quais foram pagos US$ 9,73 milhões, incrementos tanto em volume (+82,1%) quanto em receita (+62,6%) em relação ao mesmo intervalo de 2023. Atualmente, o Camboja é a quinta principal origem dos calçados importados pelo Brasil.
Já Mianmar, entre janeiro e agosto, exportou para o Brasil 271,46 mil pares de calçados, pelos quais foram pagos US$ 2,85 milhões, impressionantes aumentos de 168,7% em volume e de 156% em receita em relação ao mesmo intervalo de 2023. Mianmar, conforme ranking da Abicalçados, já é a sétima principal origem dos calçados importados pelo Brasil.
Partes de calçados
Em partes de calçados – cabedais, palmilhas, solados, saltos etc – , as importações dos oito meses somaram US$ 23,72 milhões, 26,6% mais do que no mesmo período do ano passado. As principais origens foram China, Paraguai e Colômbia.
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